... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...
Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 44 - Agosto 2012

Poesia - Souzalopes

Untitled, by Yaghoub Ammamepich

Manifesto do Partido Comunista
em cordel
Anônimo de Souza

(...)

2 – Proletários e comunistas.

Sempre está o comunismo
Unido ao trabalhador;
A toda gente operária
Nós damos maior valor.
Para nós, o proletário
Nunca dirá “por favor”.

Queremos tudo o que quer
Todo partido operário:
Vida melhor para todos,
Do peão ao bancário.
Derrube-se a burguesia,
Erguendo-se o seu contrário.

O ideal comunista
Não foi nascido do nada:
É fruto das condições
Da nossa classe explorada
Que precisa dar um fim
À propriedade privada.

O trabalho por salário
Não garante nossa vida:
O burguês fica mais rico
E seu capital se estica.
Não temos nada de nosso
E a situação se complica.

Mas é do nosso trabalho
Que nasceu o capital.
O nosso salário mínimo
Representa nosso mal.
Quanto mais nós trabalhamos
Menos vemos o metal.

Do nosso trabalho o fruto
Mal chega para comer,
Levar vida miserável,
Sem direito de querer,
Obedecendo até quando
Eles nos mandam morrer.

O nosso trabalho vivo
Assim vai se acumulando.
Quando houver o comunismo
Teremos voz de comando:
De todo nosso trabalho
Vamos estar aproveitando.

Os burgueses falam muito
Nessa tal liberdade,
Que para eles consiste
Em manter a propriedade.
Assim mandam em nossa vida,
Dominam nossa vontade.

A liberdade para eles
É só comprar e vender.
Só eles que são pessoas,
Só eles podem querer.
Eles se enganam, coitados:
Um dia vamos poder.

O comunismo não quer
Roubar o trabalho alheio.
Quer evitar o contrário
Deste quadro que é tão feio.
“abaixo o trabalho escravo!”
- Nós gritamos sem receio.

Eles dizem que sem eles
Morrerá toda cultura;
Que sem haver capital
A vida não é segura.
Eles mentem, por que sabem
Que nós somos o futuro.

Quando eles falam cultura
Dizem só “adestramento”,
Homens que se tornam máquinas,
Sofrendo todo tormento.
Pra eles não somos gente,
Somos simples instrumentos.

Eles dizem que à família
Nós queremos destruir:
Outra mentira que contam
Porque queremos unir
Crianças que não trabalhem,
Pais e filhos a sorrir.

Foi em nome de tal família
Que veio a prostituição.
As mulheres, para eles,
Só servem à produção.
Entre si são todos cornos,
É assim que eles são.

Dizem que o comunismo
À pátria não tem respeito.
É verdade: nossa pátria
Não é a lei de um sujeito.
Nossa pátria é para sempre
O homem livre, não sujeito.

Nós não somos de atacar
Ou matar um companheiro
Só porque ele nasceu
No território estrangeiro.
Nossa pátria, a liberdade,
Não se compra por dinheiro.

A história desse mundo
São as classes em combate.
Revolução sempre houve:
O novo ao velho abate.
Só se acabarmos as classes
Tudo será igualdade.

Como á vida é desigual,
E desiguais os Estados,
Não vale o mesmo critério
Entre ricos e atrasados:
Vigorando a mesma lei
Fracassam os resultados.

Assim diremos, são dez
Itens do nosso programa
Que podemos praticar
Seguindo esse panorama
Adaptando os casos
Conforme for cada drama:
-O latifúndio é crime.
-Quem paga imposto é o rico.
-Ninguém herda o que não fez.
-Quem não presta diz não fico.
-Todo dinheiro é do povo.
-Motorista não faz bico.
-Terra e fábrica para todos.
-Quem puder, vai trabalhar.
-Cidade e campo se ajuntam.
-Crianças vão estudar.
Assim dizemos pra sempre
Assim vamos vigorar.

O que chamam poder público
Nunca mais será político.
Nunca mais haverá classes
Nem o seu ranço raquítico.
O velho poder dos velhos
Morrerá de sifilítico.

Nova vida social
Tira o lugar do burguês.
A velha sociedade
Já perdeu a sua vez. –
Quando um se desenvolve
Um mais um já são três.

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