... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...
Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 44 - Agosto 2012

Poesia - Marina Alexiou

Imagem enviada pela autora
Sphinx at the entrance of Belvedere Palace - Vienna, Austria

Escrito Nº76

Olhar dócil mas amparado em uma força destruidora de Esfinge
De ímpeto que não concede erros ou mudança de espírito
A busca pelo seu sorriso pode representar um engano quanto a um questionamento livre de grilhões
Seres caóticos que somos, mergulhados em sombrias incertezas,
Atraímo-nos pela sua bela silhueta
Clara e fulgurante como um raio. Que entre espasmódicas aberturas, nos faz querer indagar
Pela sua origem, pelo seu aspecto numinoso, pelos seus ancestrais registros.
Placidamente, ela nos nega qualquer possibilidade de amparo ou uma nova condição.
O que foi conquistado não pode ser por ela alterado. A sua voz é sábia, quase inaudível, pois vem de muito longe.
A sua comunicação é breve, instantânea, cifrada. Por um código singelo, porém, inalcançável
Para aqueles que vivem sem conhecer o seu verdadeiro rosto,
Tão amistoso com quem lhe devota os seus mistérios
E implacável com intrusos e auscultadores do falso remoto.
Hoje, essa sufocante figura de um desconhecido passado, descansa a sua imagem em profanos mausoléus
Seus olhos são vazios e suas mensagens não passam de surdos oráculos
Mas, para alguns poucos que dela conseguem se aproximar, apesar de toda dor,
Ela sussurra uma melodia, e, com esta, acende a chama que os habita
Voltando a aquecer com seu leonino fogo, a paixão nessas solitárias almas.
< SPHYNX >

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